Medicina, Cultura e Arte: Quem disse que não combina?!

7 de novembro de 2013
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Texto e Fotos por Keytyane Medeiros

O MCA, Medicina, Cultura e Arte é um encontro entre vários projetos de humanização da medicina, enfermagem, serviço social e outras ocupações relacionadas a saúde e neste ano, chega à sua quarta edição. Dos dias 01 a 03 de novembro, o evento acontece no Campus Botucatu da Unesp, com o apoio do projeto de extensão Doutores da Alegria.

Na sexta-feira, primeiro dia de evento, a mesa de abertura já mostrou a que o MCA 4 veio. A mesa “Gelotologia – o riso também é ciência” abriu o que prometia ser – e foi – um fim de semana cheio de risadas e práticas de conscientização e humanização no tratamento de pacientes.

Paralelo à mesa do riso, aconteceram as oficinas de curta-metragem e clown ao longo da tarde. As oficinas começaram às 14h e terminaram entre 18h e 19h. A oficina de clown, por exemplo, foi ministrada pelo instrutor Rafael Barreiros, mais conhecido como Gentileza, que desenvolve projetos em universidades do Nordeste e é também consultor de artes cênicas em companhias e circos do Recife (PE).

A oficina, em seus três dias, teve um foco bastante claro: os jogos de improviso que podem ser desenvolvidos a partir dos clowns. Esta repórter que vos fala não é uma especialista em artes cênicas e em nada do gênero, no entanto, pude perceber que o clown pode ser tudo, exceto um palhaço solitário. Sua atuação e sucesso depende não só do público que responde às piadas e brincadeiras, mas depende em grande parte de seu companheiro de cena, quando o improviso fala mais alto que qualquer paciente. Se Bresson é lembrado pelo instante decisivo da fotografia, Gentileza com certeza nos ensinou o instante decisivo do riso.

E uma das maiores lições deste MCA com certeza é de que o riso é a conseqüência do encontro. A humanização passa pela discussão estrutural dos hospitais, da mercantilização da saúde e da vida, mas também passa pela sensibilização de quem é o outro, quais as suas necessidades e expectativas e sobretudo, passa pela sensibilização do ridículo. No clown – e no humor saudável, como ensina o mestre Toninho – o palhaço se ridiculariza ou ridiculariza o opressor, jamais a plateia mesmo que ela tenha pago por aquele espetáculo. Trata-se de um humor político, consciente, crítico, mas sem o fardo explicito que a política normalmente agrega a tudo aquilo em que se intromete.


No último dia de oficina de clown, os alunos se apresentaram na desconferência final do evento, ao lado de clowns conhecidos do público botucano como Bilu e Arturino, que também participaram da oficina com Gentileza. A apresentação final tentou destacar o improviso e a sensibilidade do ridículo aprendida pelos alunos quando, no final, todos dançaram à 4 mãos o hit de Anitta, “Show das Poderosas”.

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