#Faça Contato | O lado B

25 de novembro de 2011
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Gostaria-lhes de introduzir meu novo camarada: ele é um Ferris Bueller mais amargurado. Sai por aí curtindo a vida adoidado nas noites sem fim e acorda na rua quando o sol bate no rosto sem se importar muito pras consequências. De caráter, ouso dizer que é melhor que Sick Boy (não que muito seja necessário para isso). Não dá a mínima pra ninguém e não respeita nada que não acha que deva.

Blasé. Sim, você vai perceber o quanto ele é blasé quando conhecê-lo melhor ou pessoalmente.

Se ele fosse um personagem da Disney, seria o Sid, do Toy Story, sabe? Garoto cruel da vizinhança, destruindo brinquedos e aterrorizando os garotos mais novos.

É menino rootero, revolts mesmo. Desses rebeldes sem causa que canta o Ultrage a Rigor. Como todo roqueiro (de verdade) que se preze, ele odeia o Gene Simmons. Ou você acredita mesmo que “Rock’n’roll All Nite” é composição que se preze?



Que todas as pessoas tem lado B, a gente sabe. Mas ele é só lado B.

Degradante, imoral, olhos rasos de desprezo, sorriso repleto de ironia Ele não trai suas convicções.

Doçura do mundo, ele não conheceu nenhuma.

Desistam, meninas. Ele é um cara complicado demais.

Eu diria que ele deve ter algum respeito por Iggy Pop. Cresceu com os Ramones, acha que o Pavarotti é uma droga, assim como qualquer outro músico que não toque de pé ou sanfoneiro. Você vai ouvi-lo muito falar sobre bandas-cachecóis, críticas a coisinhas hypes fazendo moda... Polêmicas a parte, ele é um cara foda. E o melhor: ele vai tá aqui com a gente por um bom tempo, acredito eu. Até pelo menos se cansar desse rolê e ir procurar a dele. Charles Rancor, que você fique perdido por um bom tempo e esteja sempre conosco.

Casmurro da modernidade, aqui vamos nós!

O Terrível Ataque dos Cachecóis Voadores

por Charles Rancor

Sério... não esperava uma sanfona arranhando meus ouvidos depois de todas aquelas apresentações anteriores. O “ás” do blasé entrou em cena com suas belas musiqueteas suaves, perfeitas para sonorização de bailes da terceira idade.

Mas porra... sanfona finalizando um dia de festival é tenso.

Isso sem contar na demora gigantesca pro começo da “mini-peça” da Broadway, era um tal de roadie pra cá acertando o piano, acertando o microfone pro lado de lá. Certo momento já tava pesando que o cara ia aparecer para o show voando, tipo Didi no Criança Esperança.

Com seu estilo fino/cult/”sou hype da augusta”, o galã chega no estilo capa da Capricho deixando as moças em transe hipnótico. Hipnotismo que gera gritos estridentes. Tipo showzinho de banda colorida, saca?

Por sinal, a mina que canta com o mini-mim do Dominguinhos manda umas 15 vezes melhor do que ele, no mínimo.

Senta-se ao seu banquinho, toca um piano de leve, e sai agradecendo a cidade.

E a galera aplaude. Sério mesmo, creio que deva ser bom o som que ele faz. Mas já me conformei com a idéia de que sou burro demais pra entender tanta complexidade musical. E deve ser complexo mesmo, ele deve merecer, afinal foi indicado ao Prêmio Bravo!, a revista mais inteligente e culta da face do universo.

Um brinde aos sanfoneiros!!!

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