Texto por Renata Coelho
Fotos por Diogo Zambello
Fotos por Diogo Zambello
Domingo. Último dia do 5° Festival Contato. Como em todo domingo, aquela preguiça característica do dia já tomava conta do ar, dos corpos e de mim. O que me animava era que o dia nasceu surpreendentemente bonito, e quente. Aquele frio de ontem parece que ficou mesmo para trás. Mas mais do que isso, acordei com sede do show do Criolo, atração mais esperada da noite. Ainda assim, fui para a praça onde estavam sendo realizados os shows do festival, e a primeira banda que vi se apresentar naquele domingo foi a da cantora e compositora Ellen Oléria.
Sem expectativas e sem conceitos formados, me surpreendi. Não conhecia o som e o trabalho daquela artista, cuja presença de palco e energia já fazia os presentes balançarem, sem se importarem se seus movimentos estavam bonitos ou feios. Com seu violão sempre às mãos, Ellen apresenta melodias e composições que são um convite para a dança, além de um som que mistura elementos do hip hop com samba e afoxés.
Em algumas de suas composições, fica claro sua origem e orgulho da raça negra. E o dia não poderia ser mais propício para isso, pois datava o dia da consciência negra, pontuado e lembrado a cada canção que cantava.
O grande problema se deu na hora de encerrar sua apresentação. O show foi lindo, enérgico! Pedidos de “bis” não foram atendidos devido ao tempo esgotado e a necessidade de começar a próxima atração. Considero esta uma falha do festival. Acho que nesses casos os organizadores devem ser mais maleáveis e atender ao clamor do público. Além disso, sinto que o que se passa é que artistas alternativos têm menor espaço para se apresentarem. Se o pedido de “bis” fosse entoado para o Marcelo Jeneci ou para o Criolo, a história com certeza seria outra.
Um coro se formava e emanava as palavras, das quais tomei nota “Você é ótima!”, “Casa comigo?” Só o que posso dizer é que acompanhei esse coro com veemência. Em pouco tempo, os CDs de Ellen Oléria na banquinha Fora do Eixo acabaram e necessitaram de reposição. Ao meu ver, ela foi a grande surpresa do domingo, e talvez até do fim de semana. Falo pelo que ouvi, vivi e senti.
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