Um terço pesado pra chuva descer

6 de outubro de 2011
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Fotos por Diogo Zambello
Texto por Jayme Rosica


Tardes de domingo. Faustão na TV? Jogo no bar? Passar o dia dormindo? Assistir o tiozão texano um dia denominado “Axl Rose” fazendo seu show de horrores no Rock in Rio?

Não!
Nunca!
Somos muito mais do que isso.

O domingo é na Tijuca, no maracatu, com o Maracatu Pedra de Raio, de São José do Rio Preto.



Antes da apresentação a chuva caia. Cada pingo d’água que se esparramava pelo chão moldava o terreno que abrigaria uma expressão artística de impressionar. A chuva não durou muito, passou rápido.

O céu se abria. Um arco-íris de formava. Presságio? Energia Positiva? Sei lá. Só sei que por uma boa parte de tempo ninguém mais olhava para o chão.

A atenção se voltava para o céu. O céu em aquarela. O céu que encantava. O céu que fazia com que alguns escalassem a república com o intuito de registrar essa cena. Câmeras voadoras surgiam por todos os lados. O céu. Esse sim é o nosso limite. O limite do nosso imaginário.



Aos poucos o arco-íris sumia. Aos poucos entrava pelo corredor o Maracatu Pedra de Raio. Percussão ressoando. Os tímpanos recebiam com conforto toda a batida.

Com diversos sons da Nação de Porto Rico, o Pedra de Raio assumiu as rédeas da tarde úmida. E botou a Tijuca pra dançar.

Danças por todos os lados.

Eis que de repente começa uma roda. Uma roda que vira um caracol. Uma roda que toma os fundos da Tijuca. O espaço ficou pequeno. Todo mundo na mesma energia. Fluidos que emergiam do grande caracol humano.
























Por toda a apresentação foi assim. Até o seu encerramento com trechos do Cordel do Fogo Encantado. “Choveu que amorrotou, foi tanta água que meu boi nadou” Nadamos nos braços do maracatu. Nos braços de Recife. Nos braços de uma tarde chuvosa de domingo. Nadamos em um dia que ainda ficará marcado por muito tempo na idéia de quem arriscou uma saída de emergência para o seu domingo.


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