Campeonato de Xadrez

20 de outubro de 2011
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Tire sua camisa xadrez do armário, vem pro Jack, o show já vai começar. Tire seus eixos do trilho, essa é a 20ª Noite Fora do Eixo em Bauru. Coloque sua calça skinny e se prepare pra dançar. Esqueça o Google Tradutor. As músicas são em inglês, e é hora de treinar os anos de cursinho que seu pai pagou. Essa sexta foi dia do indie tirar Bauru pra bailar. Mas será que Bauru escolheu as bandas Riverbreeze e Monndo pra embalar sua noite?

Goianos en passant
Por Aline Ramos

Perdoem o trocadilho, mas Riverbreeze passou como uma brisa pelo Jack e também foi um rio, um turbilhão de emoções. Apesar de Bauru ter tirado do armário o seu calor, [novidade], o xadrez estava limpo. Indies de boutique, façam-me o favor de suar a camisa pra nicotina impregnar.

Riverbreeze é jovem, bem vestida e no estilo. O som estava sujo, mas o que mais vocês podem nos dar? Bauru tem essa coisa de brasilidade. Saia rodada e samba no pé em qualquer refrão que pegar. Nós também gostamos de indie, mas o que mais vocês tem para nos mostrar? Não me diga que são só guitarras sujas e distorcidas.

Obrigada. Entenderam nosso recado. Nós queríamos mais e fomos correspondidos. Um baixista boca suja, um vocalista e um guitarrista de costas para nós numa ode ao bateirista. Frenesi, corpos se mexendo. Banda se expremendo, cantando com o sorriso, tocando com emoção. Opa, estou no ar. Ou seria no mar que o indie pode nos levar? Mais tarde eles viriam dizer que foi o show mais frenético da turnê.

Agora sim, as camisas estão sujas, mas ainda há quem vá se apaixonar.

Roque mundano
Por Ana Beatriz Assam

A Riverbreeze acabou de sair do palco. Descem dois caras de xadrez, sobem mais três. Até eu estou de xadrez. Hoje é dia de Indie rock, bebê.

Logo de cara já deu pra perceber: o som da Monndo é um pouco mais pegada que o anterior. Gostei. Riffs legais, banda animada. O público está um pouco tímido. Tem um ou outro dançando. Aqui na frente, só as e-colabers.

Mas... peraí! Tem uma coisa que eu só to reparando agora. Esse vocalista estava aí o tempo todo? Com esse jeito de dançar e essas expressões faciais? Muito cool. Como que eu não tinha visto ele antes?

Eles estão ficando cada vez mais animados. A timidez da platéia tá um pouco insistente, a da banda já foi pro saco faz tempo. Nos 5 minutos que me perdi em devaneios, a galera em cima do palco começou a pirar. O público ainda não tá muito animado, mas nem precisa. Os caras tão fazendo o show por si só. Parece que eles sentem a música. Arrebentou a corda da guitarra e ninguém percebeu. E eu me incluo nesse meio. Fiquei sabendo disso só depois, no camarim. Loucura.

E cadê a galera? O bar já não tava lá essas coisas e agora tá esvaziando... Como assim?! Chuva? Feriado? Alguém explica! Bauru tem umas que eu realmente não entendo. Isso porque já faz 21 anos. Sou especialista nesse módulo. Vou ficar sem entender.

E o vocalista anuncia o fim. Já? É, uma hora ia ter que acabar. Então tá. Termino por aqui eu também. Xeque mate!


Fotos por Ana Beatriz Assam, Maria Eduarda Gomes e Jéssica Mobílio

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