Por Jayme Rosica
Fotos por Diogo Azuma
Fotos por Diogo Azuma
Isto não é um texto, isto não é uma pseudo-liçãozinha de moral, isto não é um manifesto anti-arte, seria pretensão demais. Isto não é porra nenhuma. Isto é apenas um amontoado de idéias tortas de uma mente meio perturbada.
Vou pular a parte de falar do bar, do público presente e etc., etc. e etc., pois nada teve mais importância na ultima edição do Quarta Dimensão do que o som da banda, a Chinese Cookie Poets.
Desprenda-se de tudo que lhe é familiar no que diz respeito a música. Jogue as canções em quatro tempos na lata do lixo, jogue acordes ensaiados e concepções musico-estéticas pré-moldadas pela janela, jogue métricas para dentro de um cofre, e, por gentileza, não o abra nunca mais.
Do Rio de Janeiro, para Bauru, de guitarras,baixos e baterias para os ouvidos. Som viajado, sem uma linha seqüencial lógica, cada nota é uma surpresa, distorções, muitas distorções, e barulho, muito barulho, no melhor sentido que se possa dar à palavra.
Tinha escutado um som da banda pela internet antes do show. Mas ainda sim me surpreendi com a sonoridade das músicas ao vivo. Um soco na cara de sua face programada para ouvir belos refrões. As expressões dos músicos era de uma extrema devoção pelo som que fazem. E não é para menos.
As únicas lições de experimentalismo musical que eu já tinha ouvido eram os shows da Bonequinho de Bauru (que por sinal já são lições sensacionais). Mas ainda assim foi diferente.
Confluência sonora, uma bateria destruidora, baixo marcante e a guitarra flutuando por toda essa base sem perder a toada jamais.
Sem refrões, sem a aceitação de todos os ouvidos, sem clichês.
Somente música.
Pois isso é o que basta!
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