É Romário!

30 de setembro de 2011
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Por Laís Semis e Artur Faleiros


O segundo dia do FESTINBAU começou mais cedo nessa terça-feira, já que a programação do dia incluia, além da programação artística do Festival, duas oficinas na parte da tarde. Uma trabalhava o corpo, essa massa definida pelos participantes da oficina “Impulsos Criativos e a Criação no Corpo do Ator” como uma estrutura que nos carrega e é carregada por nós, como isto - esse 1,65 aqui, como uma parte do todo, como máquina, como tudo.

Foto por Laís Semis

- 1,65m e dentro desse 1,65 tem o infinito. Memórias físicas, memórias ancestrais. Tem uma parte do corpo que também é “isso”, uma parte do corpo não tem nome - foi fazendo leitura sobre o corpo André Capuano, ator, diretor e preparador corporal, formado pela Escola de Arte Dramática de São Paulo e professor de Teatro Físico e Máscaras.


Experimentar as esferas de vida. “Teatro é um espaço pra gente experimentar estar vivo e ponto final. O palco é um espaço pra ampliar a vida [...] ‘Impulsos Criativos e a Criação no Corpo’... e o que é isso senão vida?” se questionou refletindo sobre o nome da Oficina na sala acima das escadas, André.

Enquanto isso, nos fundos do Centro Cultural Celina Neves, a outra oficina trabalhava o texto diferenciado para cada linguagem, trabalhando as possibilidades significativas. “No princípio era o verbo”, trazia Imara Reis, por trás de seus imperceptíveis óculos vermelhos, pregando como usar as vozes em relação ao aparelho fonador e como detectar qual é a necessidade para cada tipo de trabalho, texto e personagem. Como o ator deve lidar com o texto e encará-lo além das chatices concebidas nas aulas de português. Encará-lo principalmente porque o teatro se trata de experimentações, práticas e aprimoramentos. “Na vida não somos todos Romários - temos que correr atrás da bola e treinar”, aconselhou Imara.

Foto por Laís Semis

E o quê cômico se fez presente nos diálogos e apresentações das duas oficinas que reuniu dos futebóis ensolarados dos meninos de 13 anos ao cuidado das vós setentonas presentes neste FESTINBAU.

A noite voltou com ainda mais energia na partida. Com recorde de público na casa a bilheteria acusou pouco mais de 80 entradas. O primeiro dia do “campeonato” de cenas curtas do FESTINBAU começou com nove apresentações (A apresentação “dois perdidos numa noite suja” foi remarcada pra amanhã) que duraram cerca de uma hora e meia.

No local que um dia foi a casa de Celina Neves (mãe do diretor da Cia Paulo Neves - o próprio - e avó do Thiago, um dos realizadores e articuladores do Festival) hoje subiram ao palco artistas jovens e idosos com dramas e comédias para entrar no jogo. Vários números inéditos e com artistas que pouco bateram bola com o público, outros mais experientes e demonstrando mais intimidade na tabela com os presentes e com o espaço.

Depois das apresentações, mais um ótimo bate-papo com o time de oficineiros (André Capuano e Imara Reis -do projeto Ademar Guerra) e convidados (Carlos Meloni, Presidente da Associação de Teatro de Bauru e Marco Giafferi da Cia Titius de Teatro) que trouxeram um feedback para cada uma das apresentações numa conversa mais intimista com os artistas na sala que também era o vestiário pra quem ia trocar o uniforme e entrar no palco.

Os quatro ficaram lá quase uma hora e meia para pontuar possíveis melhorias para cada um dos que haviam se apresentado. Com dicas de movimentação, voz, intenção, ação, representação etc a conversa foi fluindo. A postura da mesa demonstrava a vontade de troca e qualificação do teatro. O FESTINBAU vai indo muito bem, obrigado. Os objetivos estão sendo buscados com bastante pró-atividade e colaboração dos envolvidos e tem fluído de maneira satisfatória, gol a gol.

4h00 da madruga e estamos na sala, Artur Faleiros e Laís Semis terminando a cobertura e engatilhando o release que deve sair para divulgação no fim de semana. Movimenta Bauru, a cidade demanda e estamos prontos para a próxima partida, do nosso lado temos vários craques do teatro de Bauru que se uniram para buscar a taça.




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