Até surdo vai ouvir

11 de setembro de 2012
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Entrevista por Keytyane Medeiros
Edição e texto por Laís Semis

CorujaBC1 aos olhos de quem o vê perambulando por aí é um desses moleques que vive o hip hop e marca presença nos eventos que estimulam e apresentam essa cena. De fato, mas não só. Pra quem tem visto Coruja crescer na cidade, sabe bem que ele vem se portando cada vez maior nos palcos. E entre os palcos conquistados recentementes, está o do Kamau durante o Festival Canja. CorujaBC1, 18 anos, acaba de lançar sua mixtape e na concha do Vitória Régia não se limitou a uma participação no show do Kamau; a tarde de domingo teve uma reserva especial, representando um pouco do que está rolando no hip hop de Bauru. 







“Então, o Enxame Coletivo é parceiro do Acesso Hip Hop e eu trampo lá [...] Sempre teve essa troca de ideia e surgiu o convite, no começo do ano, e através do meu produtor Renato Moreira a gente fechou [de tocar no Canja].” Mas o hip hop este ano veio fortalecendo a base (o Fórum de Hip Hop do Interior Paulista é um grande exemplo disso), conquistando também espaço de formação. “Fechamos outras parcerias dentro do Festival, como o Felipe Canela para a Oficina de Beat...”

E o público bauruense tem abraçado bastante a cena hip hop e olhado mais para os seus artistas. “A gente tá tocando na nossa cidade sempre é um privilégio. [...] Você vai pra fora escuta ‘ô, da hora, pá...’ e tudo o mais, mas você estando na sua cidade é o que vive com você dia após dia, as pessoas entendem também porque você escreveu cada linha... tem até uma passagem que a mina foi em casa e falou: ‘nossa, é 12-42, portão de madeira!’ – uma parte que eu canto na música. É, mano, por que você achou que não era? Tudo que a gente escreve realmente é e o público sempre vê. Tô mó feliz mesmo!”

Agora, conta menos de duas semanas para o lançamento oficial de sua mixtape, que acontece no sábado 22, no Alecrim Bar. “Participação de todo mundo do Zica Zuka, Além da Rima, Dhakor... e muito mais ainda! Tem umas surpresas aí que a gente tá preparando e lá vai ser tipo a festa pra gente comemorar esse sonho que vem se realizando... Acho que vai ser foda segurar as lágrimas lá no dia, porque o bagulho é um corre monstro mesmo; não feito só por mim, mas por muita gente que me ajudou pra tá hoje aí.”

E se você esbarrar com ele por aí, não se deixe enganar: coisa maior ainda está por vir.