1200 e lá vai bolinha

17 de setembro de 2012
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Por Keytyane Medeiros

O calor de mais de trinta graus do último sábado, 15 de setembro, quase me fez desistir de ir ao Teatro assistir às apresentações da Revirada Cultural. Putz, tava realmente difícil vencer a moleza do corpo e andar umas três quadras (e olha que já passava das 7 da noite!). Mesmo assim, arrastei minha mãe para o Teatro e fomos ver um trio de chorões.



Explico: a primeira apresentação era do trio bauruense Choro Fino, formada por Ivan Melillo, Anderson Silveira e Leandro Miguel. A música instrumental, relaxante e tipicamente brasileira deu uma amenizada na noite quente e manteve o público atento. Bem humorado, o trio fez piadinhas com o nome de alguns instrumentos (o tal do “Oficleide”) e também explicou que muitos compositores do choro preferiam homenagear artistas e personalidades de seu tempo (por razões geralmente desconhecidas), mas o fato é que sempre faziam isso.


Dona Irma Rangel destacou a maestreza musical do flautista Ivan Melillo e, surpresa, revela “ele não usou partitura. Tocou de cabeça!”. Pois é, manter a galera prestando atenção em música instrumental, por mais bonita e brasileira que seja, continua sendo um desafio - mesmo na Revirada Cultural, mesmo dentro do Teatro Municipal. Os músicos do Choro Fino, conseguiram e agradaram muito aos poucos espectadores presentes.




A surpresa da noite, no entanto, foi a dupla paulistana Olam Ein Sof que mal chegou ao palco já acendeu um incenso, deixando todo mundo meio impressionado com a atitude inusitada. Com sons medievais, poesia inspirada em lutas místicas e instrumentos típicos da Idade Média, somos imediatamente transportados para a Europa do século XI. Marcelo Miranda e Fernanda Ferretti não se contentaram em fazer um som diferente como também chamaram atenção pelo vestuário. Estavam caracterizados como um casal de camponeses trovadores enquanto encantavam o público com as canções de seu terceiro álbum “Ethereal Dimensions”. Curiosamente, posso dizer que a noite de sábado teve essa sensação: transcendente, espiritual, cabalística. Saí revirada.




No próximo fim de semana a Revirada Cultural promete ocupar o Vitória Régia durante o dia todo, com muito samba, jazz, rock e Naumteria da Unesp.

Veja a programação da Revirada Cultural aqui.

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