Universalidades & Elegâncias

5 de junho de 2012
0
Por Laís Semis 

“Eu não aguento mais, que babaca que vota no Maluf?”, grita em “Manifesto Consumista” por trás de um microfone, Luís Paulo Césari Domingues, ao seu lado, David Calleja (baixo), Gustavo Richieri (guitarra) e Thiago Rodrigues (bateria). 

“Era dos Extremos”, primeiro disco da bauruense Universo Elegante, foi lançado numa dessas cidades de interior, em uma praça de frente para uma Igreja, esperando as badaladas do sino para meter o rock pelas caixas. 



A faixa de abertura, “Gota”, dita o que será a audição de “Era dos Extremos”: uma parte do todo, a arte poetizada, lembranças, pessoas, e o ser, em si, num mundo que não parece se encaixar. Embora possa soar genérico e clichê, é inquestionável o talento de Luís Paulo como letrista. O que faz com que esse primeiro disco da Universo Elegante se destaque é em sua caracterização local, da cidade, trazendo referências de pontos e rolês conhecidos por quem mora aqui. Esse cenário (que envolve Unesp, Duque, B.B. Batatas, Skinão) gera identificação com o público, ainda mais pelo conflito não pertencimento, memórias latentes. 

Algumas pessoas vão tachar de chato, tedioso e meio morto. Mas a verdade é que o som que os Elegantes propõem envolve conteúdo – história, política, cotidiano – e referências (o próprio nome da banda, Arquitetura da Destruição). Diante de uma imensidão, até mesmo a capa do disco combina com a totalidade da composição da banda.

Entre uma levada psicodélica, nostalgia de dores, uma sombra se paira sobre poesia, um suspiro tedioso, assovios, backing vocals, espaços reais, e o tempo distorcido pelos acontecimentos da vida, “Era dos Extremos” é composto por 10 faixas caprichadas. 

O disco "Era dos Extremos" está disponível para download aqui. E se você não conhece ainda o trabalho da Universo, comece ouvindo “A Troca”, “Manifesto Consumista”, “Monastérios Infernais” e “Terça-Feira”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário