Canjicas guatemaltecas

19 de junho de 2012
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Sobre cachaça, saudades e uma câmera; da América Central para o Brasil

Passando por Taquaritinga, São Paulo, São Carlos e Sorocaba, eles chegaram à Bauru numa Kombi - os cinco integrantes da banda guatemalteca Woodser, um “motorista”, um ténico de som e um fotógrafo. Eles estavam estusiasmados com a primeira turnê internacional. Trouxeram entre as coisas pessoais, bolsinhas, pulseiras e bolinhas de malabares estilizadas e dois CDs pra comercializar nos shows. 

Na mão, de cidade em cidade, um dos meninos leva uma câmera e vai filmando algumas passagens da viagem (sempre mais longa do que deveria por contarem com uma Kombi na estrada). Depois da última data no Brasil, a Woodser tem um show marcado num teatro, o show que vai fechar as captações de imagens na intenção de se fazer um vídeo sobre toda a viagem.

Foto por Tayguara Almeida


Bauru é uma cidade encantada, onde até as linhas de ônibus dizem “Sem Limites”. Os meninos chegaram a me confessar alguns dias mais tarde que foi a cidade que eles mais gostaram de ter tocado no Brasil. A ocasião era uma das noites de lançamento do Festival Canja, que acontece de 27 de agosto a 2 de setembro.

Uma dessas noites que se fazem provar a universalidade da música: um público brasileiro, uma banda guatemalteca e músicas em inglês. Num som leve, convidativo, a casa inteira se viu balançando.

As bandas trocaram CDs e foram bater um papo meio em português, meio em espanhol e meio em palavras inventadas numa língua que imaginavam existir. A convite do Vivendo do Ócio, o Woodser subiu no palco do Jack para experimentar cachaça nessa noite em que o rock baiano encontrou o guatemalteco. Era preciso segurar a dançaria que o Woodser havia espalhado pelos corpos elétricos do Jack.

O som não ajudou muito a Vivendo do Ócio, mas, nitidamente, a casa estava cheia de fãs empolgadíssimos e, contra qualquer coisa, a energia estava fervendo no palco.

A visita anterior do VDO a Bauru foi no SESC em 2010, em turnê do seu primeiro álbum de estúdio, o “Nem Sempre Tão Normal”, lançado em 2009, sucessor da demo de estréia “Teorias de Amor Moderno”. De lá pra cá, eles ganharam dois anos categorias diferentes do Bahia de Todos os Rocks, o Aposta MTV, lançaram mais um disco e mudaram pra São Paulo. E deu saudades da Bahia. 

Por Tayguara Almeida
“Nostalgia” deu um outro tom ao show. 

Eu só queria tomar um vento na cara...
me deu saudade da Bahia.
Eu só queria passar um tempo lá em casa,
me deu saudade da Bahia...

O mesmo que o novo CD leva, um ar de sobriedade de quem amadureceu nessa nova jornada firmada por “O Pensamento é Um Ímã”, um disco mais sereno e forte. “O mais clichê” é uma faixa especial, além da sonoridade diferente do que o Vivendo do Ócio costuma produzir, ela conta com o baixo do ex- Novo Baiano, Dadi.

e-Colab entrevistando Santi, da Woodser
e os meninos da Vivendo do Ócio. Por Tayguara.
Cover dos Titãs e uma câmera de canto na missão de transmitir ao vivo a noite inteira que se fazia de pré-Canja. Lá fora, na noite vazia, só sobraram uma van e uma Kombi, que seguiria com a Woodser para Rio Preto, dando continuidade a turnê dos guatemaltecos pelo Brasil. E à espera da próxima cidade, ouço David Lemus, vocalista da Woodser cantarolando "Aquarela do Brasil" ("Brasil, meu Brasil brasileiro..."), de João Gilberto, uma das influências da banda.



E hoje a Woodser partiu para o Rio de Janeiro fazer seu último show pelo país!

Paradinha em São Paulo e prontos pra seguir pro Rio!

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