Entre a química e o público, gingado

29 de maio de 2013
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Fotos por Fernanda Luz e Higor Boconcelo
Texto por Higor Boconcelo


        Em tempos onde o cenário cultural Bauruense tem sido impulsionado por diversos produtores, de diversos gêneros, a Virada Cultural Paulista não pode mais ser vista como a salvadora do tédio da população (e nem deve). Mesmo assim, o evento não pode ser desmerecido, ainda que não tenha conseguido nessa edição manter o fluxo de atrações culturais por 24 horas seguidas.
        
        Mudanças à parte, a galera que aguarda por atividades destoantes das esperadas pelo grande público (aquelas que tomam o Vitória Régia como palco), ainda se mantinha presente no Teatro Municipal na segunda tarde de apresentações, como nos anos anteriores.

        O meio da tarde era o horário marcado para o Chemical Funk dar as caras à plateia, o que aconteceu com quase nenhum atraso – a não ser o provocado pela batida setentista, que tomou o local antes de introduzir os bailarinos.

      Trazendo diretamente de São Paulo para a terra do sanduíche, o espetáculo Danças Urbanas – Locking mostra a essência desse estilo, criado em meados da década de 60 por Don Campbell, em Los Angeles, Estados Unidos. Formado por dez dançarinos (nove homens e apenas uma garota), o grupo exibiu sua dança, que parecia trazer um gingado mais conhecido dos brasileiros do que importado.

       Misturava em meio aos movimentos a atuação e estilo único de cada integrante, introduzindo cenas fáceis, interpretáveis por qualquer pessoa, mas ao mesmo tempo, dignas de serem analisadas por qualquer especialista. Seguindo uma sequência crescente, onde os movimentos e a técnica usados impressionam cada vez mais, a vibe transmitida pelos jovens dançarinos, oriundos de Ribeirão Preto, Santo André, Mauá, Mogi das Cruzes e da capital, mostrou-se contagiante e irreverente.

     Infelizmente, toda a grandiosidade dos artistas não reverteu-se em número de público. O espaço reservado para a apresentação fora uma pequena parte do Teatro Municipal, não o palco do teatro, nem um pátio, mas um espaço ainda menor. Houve gente assistindo das escadas, e outras que não puderam ver, mas só ouvir – o que é ainda pior, pois perderam o espetáculo. Mas há quem diga que essa é a essência da dança de rua, e se for ou não, o que resta aqui é parabenizar os dançarinos, já que os aplausos foram mais do que garantidos. E de pé. 

    *No vídeo abaixo, trecho do espetáculo.


  1. Obrigado aos bauruenses que prestigiaram o nosso trabalho. Esperamos retornar mais vezes. Grande abraço à equipe e-Colab!!!

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    1. Valeu, Ivo! Parabéns pelo trabalho, excelente! Abração.

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