Doce insosso

28 de maio de 2013
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Fotos e texto por Keytyane Medeiros

Nunca gostei muito das músicas da cantora Pitty, embora minhas amigas e até mesmo minha mãe sempre ouvissem e cantarolassem o batido "quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra". Nunca foi meu estilo favorito, mas nunca tive algo contra a baiana que sempre pareceu bastante simpática. Ok, não tenho teto de vidro, e por isso mesmo resolvi dar uma chance ao projeto paralelo da cantora, o grupo "Agridoce", em parceria com o guitarrista, Martin Mendonça. O grupo se apresentou na Virada Cultural 2013 no Vitória Régia, local de maior destaque para os eventos culturais realizados na cidade.

Após meia hora de problemas com o som, afinal "quem nunca?", segundo a própria cantora, o show começou. O palco externo do Vitória estava lotado. Impossível andar para qualquer lado, e mesmo quem garantiu seu espaço antes da apresentação passou por apertos.

No site do projeto, a dupla diz ter referências de Jeff Buckley e Eliott Smith. Ótimas referências, pensei. "A força da Pitty, seu talento multiinstrumentalista com xilofone, piano e violão devem deixar as canções mais bonitas, com variações de ritmo e sentimento", pensei na sexta-feira a noite, antes do início da Virada. Infelizmente, no palco não vi a paixão ou a melancolia sincera dos cantores americanos, ou sequer a força da cantora. Vi apenas seu domínio técnico sobre os vários instrumentos que tocou, o que já é muito, mas é aquém do que eu esperava do que seria um show da famosa e querida Pitty.

O grupo começou com a música mais famosa do Agridoce, chamada "130 anos" e logo depois cantaram também alguns covers. Não sei como o show terminou, sai antes e não por causa da hora, mas pela antipatia que criei pela banda após o comportamento ríspido ao tratar dos assuntos relacionados ao som. Problemas técnicos acontecem e é por isso que existe a passagem de som antes das apresentações, feita com horas de antecedência.


Não estou isentando a produção da Virada Cultural por possíveis e naturais erros, mas também não ignoro que a reação da banda foi no mínimo, desproporcional ante à dedicação da equipe de som, que além de tentar resolver os tais problemas de sábado a noite, conseguiu proporcionar dois dias de bons shows no Vitória Régia.

Pois bem, sigamos a vida. Agridoce, doce ou insossa, sigamos.

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