Vamô que “Vamô Vovó”

12 de outubro de 2012
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Por Pablo Marques

A banda “Vamô Vovó”, que venceu o Festival Interunesp MPB de Ilha Solteira desse ano, chegou com a banca de big band e botou todo mundo para dançar, pular e enlouquecer ao som da música “Balada Niilista Freudiana”. Nomes poucos usuais, composições bem humoradas e muita coisa legal para falar. Os caras dominaram a platéia e conquistaram os jurados. Guito Giordano, um dos vocalistas, representou a banda em uma entrevista para o Ecolab.

Como surgiu o nome da banda?
Nós começamos com o nome “Badtrip soul funk”. Foi com esse nome que a gente foi para Ilha pela primeira vez. A nossa música “Loucos Futebol” tinha um rife que parecia dizer “Vamo vovó”. Daí o Daniel Vajani começou a brincar de falar "vamo vovó" e resolvemos colocar esse nome.

Quantos integrantes a “Vamo Vovó” tem hoje?
A banda começou com 6 e hoje são 9 fixos e mais uns três são convidados às vezes. São amigos meus ou dos meninos, que chamamos quando a gente precisa de alguém pra cantar ou de um coro maior. No caso da apresentação de Ilha Solteira eu chamei três amigos que tocam comigo em outro projeto o “Clodô e os Afinadores de Pianos”. Juntamos todo mundo, já que eles também fizeram UNESP, e fomos para o festival.
Existe dificuldade de se locomover e de conseguir infra-estrutura?
A dificuldade é absurda, até para ensaiar. Normalmente ensaiamos pouco e sempre antes do show. Todo mundo sabe o repertório e cada um ensaia na sua casa. Para se locomover é pior ainda. Além do cachê para cada, tem passagem, alimentação e hospedagem. Por isso é difícil conseguir show fora de Assis, às vezes o cara não concorda em pagar tudo o que precisa.

A banda surgiu só para o festival Interunesp de MPB?
A banda surgiu o ano passado para o festival de ilha, mas ficou tão legal que resolvemos continuar. Tem dado certo e a galera gosta muito. A música é bem dançante não temos papas na língua, a gente fala o que quer, e até recita umas poesias.

Como chamam as músicas que foram apresentadas no festival em 2011?
Tinha uma que chamava “Chora Ariel Chora”, que era sobre cocaína. A outra era “Louco de Futebol”, que é sobre essa doidera que é o futebol. Deixa o pessoal pobre enquanto os jogadores milionários só crescem. Tem mais uma, da banda “Não tem Colírio”, chamada “Guerra de Lama”. Essa era uma música de protesto. Faz uma crítica aos políticos, senadores...

Mas vocês são uma banda de protesto ou que faz música de protesto?
Nossa música é inteira de diversão. Nossa idéia é deixar nosso público feliz. Mas dentro da gente já tem esse protesto, nós temos um pensamento político diferenciado e por isso a música de protesto faz parte. Aqui dentro da universidade a gente tenta fazer a nossa parte.



Além das bandas universitárias, como é a cena musical de Assis?
Aqui tem muitas bandas e compositores. O André Melo é um excelente compositor e é da época da Bossa Nova. No festival de Tarumã ele ganhou em primeiro lugar sozinho, sem banda nem nada. O cara é muito bom. O Conrado do sax tem uma banda de música regional do interior de São Paulo chamada “Shandala”. Eles ganharam o segundo lugar no festival de Tarumã. A “Clodô e os Afinadores de Piano” ficou em terceiro. Tem também o “CVOD” de hardcore. Assis revela muita gente. Tem o Clóvis da banda de MPB chamada “Gira Gerais”, hoje no Rio de Janeiro. Tem também o Tiago Loreano. Aqui a galera cresce porque tem muita gente boa, mas a universidade não abre espaço. A gente quase não foi para o Festival de Ilha Solteira por causa da burocracia que não permitia que membros da banda que não eram mais da faculdade fossem no ônibus. Sendo que eram ex-alunos, pagam impostos e deveriam ter o direito de viajar como qualquer um. Se não fosse alguns esquemas a gente não ia conseguir ir com a banda completa para o festival.

Quais são as referencias da banda? Muita gente falou no festival de ilha que a música “Balada Niilista Freudiana” parecia uma composição da banda “Móveis Coloniais de Acaju”.
Vieram falar para mim também, mas eu não conheço a banda. Eu estudo música desde criança e tenho influência de tudo, música clássica, regional, MPB... Eu ouço tudo e não escutei “Móveis Colônias de Acaju” porque não fui atrás ou não tive a oportunidade de alguém me mostrar. A “Vamo vovó” em si a primeira idéia era ser uma banda de funk, mas a gente gosta de bossa nova, samba rock, Caetano, Chico, Raul Seixas... Cada um trouxe alguma coisa.

Além do curioso nome da banda, o nome da música “Balada Niilista Freudiana” é intrigante. Como ela foi criada?
Essa música foi todo mundo junto em partes. A letra e o rife surgiu aqui na minha casa. Tava brincando com o violão e inventei a batida sem querer. Eu gostei do som porque achei meio torto, meio que um boleiro diferente. Falei para o Leo Afonso, que é letrista, que tinha inventado um rife, em quarenta minutos a música tava pronta. Botei a música na internet, depois de um tempo começou a crescer o número de visualizações e resolvi levar para banda. Falei com a  “Clodô e os Afinadores de Piano”, só esquecemos do baterista, mas não foi de propósito. Daí cada um fazia a sua parte do arranjo em casa, juntamos tudo e assim deu certo.

As músicas estão só na internet?
O CD tá sendo feito! Vamos lançar no ano que vem, mas não tem nenhuma data definida porque a gente pretende pirar em cima desse CD por muito tempo.  As nossas músicas costumam ser temáticas, contam uma história e são pautadas nos nossos dias. Todas as letras são vivenciadas.

O que você considera que é um diferencial da banda?
A espontaneidade e a diversão! A gente não liga para o que acontece, só se diverte. O nosso diferencial é não se preocupar com a vida dos outros, a gente vive a nossa e faz a vida dos outros mais divertidas.




  1. Estamos aqui pra se divertir!! Para a boa música, e para os bons encontros!!! Muito legal a entrevista. obrigado a Pablo por essa oportunidade.

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  2. Mó barato tocar com esses caras ... eu bato lata , toco flauta doce , toco trompete , canto , danço e me divirto pra caraio !!!!
    Abraços Pablo e Vamo Vovó !!!

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