Também quero entrar nessa dança!

1 de outubro de 2012
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Por Giovanna Diniz
Fotos por Paulo Infante




Sempre achei que a dança contemporânea fosse algo ininteligível. Mas nesse ano comecei a pesquisar mais sobre esse ramo da dança, assisti mais espetáculos e participei de oficinas que me fizeram mudar de ideia. Dança contemporânea é sobre liberdade. É sobre conhecer o próprio corpo, o espaço, o que está ao redor. É o improviso carregado de sentidos, é libertar-se dos movimentos mecânicos do cotidiano. Mas, mesmo assim, é trazer um pouco de si para a dança. É a coreografia do impulso, do instinto. Como disse a professora Sara Mazon, “as regras servem para serem quebradas”. 

No entanto, a dança contemporânea não é só introspectiva. Ela requer conexão com o outro, confiança e desprendimento. Houve um momento durante a oficina "Expressão e Movimento", que compõe a programação do FACE (Festival de Artes Cênicas de Bauru) onde puder ver isso claramente: aprender os movimentos com a professora até que não era difícil, mas na hora de interagir com os outros, havia uma preocupação em focar no parceiro de dança. Apesar de tudo, era só se soltar. A música ditava o ritmo do movimento. E que repertório! Ao som de Norah Jones, Cranberries, Beirut e até mesmo músicas indianas os alunos iam aprendendo a brincar com o próprio corpo, às vezes interagindo com os outros, às vezes com objetos como blusas e sacolas ou até mesmo sozinho, usando a própria imaginação. 

Afinal, o que se sabe sobre dançar? Como o próprio nome da oficina dizia, é uma “expressão corporal”. Mas, além disso, é uma forma de comunicação. Reduzimos tanto o que sentimos e o que queremos expressar em palavras que às vezes esquecemos que existem outros canais que também podemos usar. E no caso da dança contemporânea, o bailarino passa muito mais do que uma mensagem. Está ali sua vivência, sua experiência. O espectador desse tipo de arte deve esquecer qualquer julgamento de certo e errado, como o próprio bailarino fez. E até, se ele quiser também pode arriscar e entrar na dança, como eu fiz! 

“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” (Friedrich Nietszche)



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