Barulhos e bagulhos na Seletiva pro Grito

26 de fevereiro de 2011
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Alguma coisa vai acontecer. Estou com um pressentimento. Sei lá. Preciso de alguma coisa... Um estímulo. Uma dose de rum... Qualquer coisa. Alguma coisa precisa acontecer. O som começou a rolar. A galera começou a chegar. Todos recebiam cédulas de votação na entrada.


Olho para a direita e vejo os membros do Enxame e do E-colab na ativa. Correria mesmo. Tudo nos conformes. Olho para a esquerda. Vejo a banquinha do Enxame sendo arrumada. Os caras do 'Overturn' chegaram e pediram para deixar uns discos lá pra vender também. Foram eles mesmos que gravaram... Esquema bem roots. Da hora. Da hora também tava a discotecagem do dj ‘Lelão’. Doideira.

- Dá tempo de fumar um cigarrilho lá fora?
- Acho que não... A primeira banda já vai começar.

Então beleza. Chegamos mais perto do palco.
O show começou quente.
Era a Overturn mostrando seu trabalho.
Gritaria do caralho nos vocais. Fritação do caralho na bateria. Um som melódico. Pesado. Não é meu estilo de som preferido, mas essa banda é bem louca, em...
'Bel Balderramas'. Esse era o nome da mina que tava gritando na minha orelha. Ela divide os vocais ainda com o 'Gah Góes'. Os dois fritam. E eu tava do lado da caixa de som. Sentia a garganta deles direto no meu ouvido. A frente do palco via-se fãs e amigos curtindo o som. E olha quem tá ali. É o Japa. Ele também tá cobrindo o evento para o E-colab. Da hora...
Calor aqui... Parece que as coisas tão esquentando, em... Umas brejas caem bem... Compramos um balde de Heineken pra dividir. Acaba saindo mais barato aqui. Geladinha. Maravilha.
Colamos lá no camarim pra trocar uma idéia com a banda após o show. Eles curtiram. Pareciam confiantes. Enquanto isso, a votação comia solta e o público escolhia suas preferidas.

Alguma coisa ainda estava pra acontecer.
Vamos 'fumarum' então... A área de fumantes tava meio lotada. Muita gente. A noite tava bombando mesmo. Fogo na bomba era providencial. Um cara chegou e pediu 'um gole' do nosso cigarro. Mas o que nós não sabíamos, era que ele na verdade era o típico 'serra-beck'. Um parasita muito comum nessa região. 'Passa a bola ae Romário'.


A segunda banda foi ao palco. Era a banda 'Londres'. Fomos lá pra frente ver os caras. Mandaram bem. Tocaram uns covers. Foi legal.
A banda é nova. Tá crescendo.

Conversamos com eles depois da apresentação. Disseram que o grupo está evoluindo pouco a pouco e que esperam logo agarrar as oportunidades do circuito Fora do Eixo.

E tão no caminho certo.



Sentia que a noite tava acelerando. Fui ao 'toilet', tirar a água do joelho. Puta que o pariu... Lá dentro tava um verdadeiro tiroteio... (...e hoje, na previsão do tempo, vemos que uma nevasca se aproxima de Bauru...)

Isso aqui é o inferno. Bem vindo.

Alguma coisa estava para acontecer. E aconteceu. ‘Sociopata’ subiu ao palco.
Era isso. Até que enfim...

Era esse o barulho que eu tava esperando. Era isso...

Puta que o pariu. São boas palavras para 'tentar', eu disse 'tentar', entender a loucura sociopata dos caras.
Que doideira...

Não, não vou esconder meu voto. Sem dúvida... Esses são os caras que eu queria ver em cima do palco do Grito.
Fiquei fritando. Pancadaria. Faltava um bate-cabeça. Ninguém queria me acompanhar nessa idéia. Tava todo mundo de boca aberta. Todo mundo transtornado. Sentia o sangue fervendo.

Energia pura. Foi foda. Principalmente quando eles tocaram 'Torre do Tempo', um ska-noise nervoso demais... Adrenalina maluco... Caralho. Foi louco.
Apocalipse Now... como insinuava a camiseta do baixista.

Entrevistamos os malucos da banda depois da apresentação. Tinha muita endorfina no ar. Parece que eles gostaram do show. Disseram que é foda achar espaço pra tocar e tal, mas queseguem o velho esquema 'do it yourself', sempre fazendo som próprio, distribuindo e divulgando de forma independente.
Refletimos também sobre as influências no som pesado.

"A gente tenta transparecer o que o ser humano é capaz de fazer. Falamos muito sobre o sentimento e as circunstâncias. Sobre passar a perna no próximo, ta ligado? Patifaria mesmo...Sentimentos irregulares". Foi o que disse o guitarrista sociopata Thiago.

A breja era comprada de balde.
Mais um balde então.
Um cigarrinho na área de fumantes.

Supersonica. A última banda a se apresentar.
Rock and Roll... E os caras tocam bem. São músicos completos. Já vi eles tocando em outras bandas... destruindo mesmo. Dessa vez, tocaram só as músicas próprias.
O Léo, como sempre, frito nos vocais, comandando a galera. E a galera dançava bastante e respondia cantando junto. Tava bem da hora. Parecia que eles iam se classificar mesmo.
E foi isso o que aconteceu. A Supersonica foi uma das selecionadas para o Grito Rock Bauru.

Fomos trocar uma idéia com eles. É a segunda vez que trombamos os caras aqui no Jack. E eles já sabiam do resultado. Tavam felizes pra caramba. Falaram da importância de tocar no Grito Rock América do Sul 2011 e sobre a visibilidade proporcionada pelo evento.
'Do caralho', resumiram assim a brincadeira toda.

Bom, a outra banda classificada foi a Overturn e, juntamente com a Supersônica, se apresentará no Grito Rock Bauru, entre os dias 18 e 20 de março.

Que merda que a Sociopata não passou. Mas democracia é democracia.
Uma dança delirante envolvia o centro do Jack ao final da noite. Silhuetas chapadas deslizavam em meio as projeções coloridas.

Olhei para o outro lado e lá estava Raul Seixas me abençoando.
Amém. Amanhã tem mais e é noise.

por João Paloso?

  1. Opa, mais tarde tamos lá, fiquei curiosa.
    :)

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  2. pra nós do sociopatas o importante é fazer nosso e mandar nossa protesto em ritmo de fúria, queria agradecer a todo mundo que foi la curtir o evento, e sempre que precisarem pode contar com os sociopatas kkkkk...valeu!!!

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  3. pra nós do sociopatas o importante é fazer nosso som e mandar nosso protesto em ritmo de fúria, queria agradecer a todo mundo que foi la curtir o evento, e sempre que precisarem pode contar com os sociopatas kkkkk...valeu!!!

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