GR '12 | Encerramento

16 de março de 2012
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"Um pessoal sem camisa, chinelos havaianas por todos os pés, as meninas com as digníssimas blusinhas de alcinhas, cerveja gelada e bandas debaixo da árvore. Um domingo de rock, às vezes suingado, outras viajandão, mas sempre deixando a impressão do sentir-se bem. Mais do que apropriado para o último dia de Grito Rock no complexo da Estação Paulista, Centro de Bauru". 
Renan Simão

Jessica Mobílio
Textos por Aline Antunes, Aline Ramos, Lígia Ferreira, 
Jessica Mobílio, Renan Simão e Tamires Trindade
Fotos por Bruno Christophalo, Jessica Mobílio e Renan Simão

T.A.P.A
Tamires Trindade

O festival GRITO ROCK'12 teve seu encerramento no último domingo, 11 de março, no museu da Imagem e Som em Bauru.

As atrações iniciaram-se com a apresentação da companhia de teatro Todos Amando Pela Arte - T.A.P.A - de Taquaritinga.

O grupo manifestou-se através da peça de teatro "Quem casa quer casa" uma comédia de Martins Pena, que baseia-se na ironização de conflitos familiares e corriqueiros; característica esta também do autor, que trata com humor as desventuras da sociedade brasileira.

Com elenco plenamente ensaiado, a peça de linguajar rebuscado foi muito bem executada, felicitações ao diretor e ator Lynno Fernandes.

O evento Grito Rock abriu as portas para primeira apresentação desta companhia aqui em Bauru. O pessoal logo seguiu rumo em turnê para outras cidades do interior, foi gratificante tê-los recebidos.

O SONSO
Renan Simão


Três das cinco bandas atrações da tarde tinham - pra nosso deleite - um sotaque diferente do nosso caipira. Los Porongas vieram do Acre (que dispensa a piada), O Jardim das Horas e O Sonso são cearenses. As três bandas são amigas, compartilham integrantes e ideias. E vieram na mesma van até Bauru!

Renan Simão
Quem abriu o dia foi O Sonso, o rock mais dançante do domingo. A voz gripada do vocalista Daniel Groove não atrapalhou a vontade de falar de desenganos amorosos, descompromissados casos, da dor de alguém que foi embora ou do gosto de quem ficou. E as guitarras setentistas, Velha Guarda, um teclado progressivo dão um que de rock-balanço pra banda.

Renan Simão
E pra fechar o set-list ainda rolaram covers de “Lindo Lago do Amor” e “Jorge Maravilha”. A tarde começou bem.


O EMPOLGANTE JARDIM DAS HORAS
Lígia Ferreira

Tudo bem que já era à tarde, mas eu diria que o domingão começou bem, ou se preferir, a semana começou bem. Jardim das Horas foi a segunda banda a se apresentar à luz do sol. Luz que por sinal parece inspirar a banda, já que senti a banda mais feliz, mais zen, mais solta que da vez passada; quando vieram tocar no Pré-Canja.

Jessica Mobílio
A vocalista, Laya Lopes, estava inspirada: “É bom tocar com o sol, né?”. Eu pensei: Olha, tocar eu não sei, mas ouvir e ver a inspiração e energia de vocês sim. Quanto gás! Bacana ver que o show é bom mesmo quando não se tem uma multidão na plateia.

Jessica Mobílio
Tá certo que o show começou com um climão ou uma pitada de comédia, com Laya implorando para o técnico do som: Arruma a base aqui pra gente, por favor. Mas nada que impedisse que o show continuasse, afinal, ele tem que continuar sempre, não é mesmo?

A tarde foi dos bordões da Laya: Chegou o batidão aí? 
Vocês gostam de rock?
Muito grata.

Por sinal, muita grato nós é que deveríamos estar, com a perfeita fusão das raízes da música brasileira com a moderna música eletrônica. Com a deliciosa e charmosa melodia vocal e performática de Laya.

No fim do show a plateia pensava:
Sim, o batidão chegou e não queremos que ele se vá. Fica Jardim das Horas. Mas a tarde apenas estava começando e muito som ainda iria rolar por debaixo do sol e da lua.




LOS PORONGAS
por Jessica Mobílio


E a tarde continuava, já tínhamos recebido O Sonso e O Jardim das Horas com seus sotaques marcantes. Espécie de raiz axial, canções que pareciam penetrar na terra e nos ouvidos de quem estava por lá. 

Bruno Christophalo
Letras e melodias poéticas que provocavam sinestesias. Aquele encontro entre o domingo e o Sol, da terra mais o verde. Los Porongas, quanto vale o show, a tarde, o encontro...

Cena intimista, das pessoas sentadas e cabeças levemente sincronizadas. E desse último dia de Grito Rock Bauru, mais da metade norte e nordeste, escolha que funcionou de forma orgânica.

Bruno Christophalo
E quem sabe se resumi em uma canção “Nada Além de esconderijo/ Muito além de tudo isso”.

Os Los Porongas se soltaram e arriscaram trechos de “the end” do The Doors. Tocaram “Lithium” do Nirvana. E ouviam-se “Já que a tarde é longa...”. E a noite ameaçava chegar, mas quem não lembraria da passagem relâmpago desses 'caras' em terras bauruenses. Amnésia é pouco. 


ROCK SEM FRESCURA!
 Aline Antunes

A SUPERSONICA é assim, uma banda que inventa suas próprias canções, sem frescura e com a necessidade de botar pra fora todas as idéias que habitam a cabeça!

Banda independente de Bauru, eles mesclam o verde com vermelho, o drive da guitarra com o groove do pandeiro. Utilizando o segredo de sair misturando tudo, juntam o peso do Led com a cultura do Caetano.

Bruno Christophalo
No último Grito Rock Bauru 2012 os Supersonicos se apresentaram contribuindo com uma dose cavalar de Rock n’Roll e mostrando toda a sensualidade que uma guitarra pode ter.

SUPERSONICA foi a penúltima banda do dia, e mostrou como é seu som, e como é fazer Rock no Brasil, e que o segredo é misturar tudo e fazer como antes, como a loucura dos Beatles e a loucura dos Mutantes!


NO BALANÇAR DE ASSOPRO
Aline Ramos

Já podíamos sentir o Grito Rock se encerrando ao passo que o sol se pôs. No palco improvisado, uma estação. O último trem estava anunciando que ia sair, era a banda Assopro apitando os últimos minutos do Grito Rock 2012.

Aperte o cinto, a viagem instrumental rumo ao rock vai começar. Não se esqueça da escaleta, é ela quem dá um toque especial. No balouçar lento, curta a psicodelia. As vezes é preciso se segurar bem pra não pender pro lado e esmagar o companheiro. Porque a trilha tem seus altos e baixos.

Bruno Christophalo


Nossos trilhos tem Cambará, árvore que vive mil anos, explicou a banda. Acho que dá pra ficar tranquilo. E mesmo no vácuo, ainda é possível se encontrar numa relfexão instrospectiva. Mas é impossível não mecher o Citoesqueleto, mesmo que Partículas Apaziguadoras venham nos acalmar.

E é no balanço dançante, suave, que nossa viagem prossegue. Alguns cuidados para reparar possíveis desregulagens no som. E a noite foi entrando cada vez mais, e o Grito Rock cada vez menos. É, estávamos no fim.

"Obrigado, obrigado, Deus abençoe vocês", assopraram.

Fotos Bruno Christophalo

Fotos por Renan Simão

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